Pedro Oliveira

Busco pelo caminho pedras pedregulhos aonde eu possa me esconder Ando, por aí a passos temerosos e sem expectativas Busco o infinito no nada Acho, acaso o caos em cada ponto escuro que me ilumina Sempre em busca a fim de acha

Curei imperfeições Amei sem restrições Ouvi belas canções Rasguei descrições Aprendi com sua fúria Fiz daquilo calmaria Fiz daquilo proteção Fruto da exuberância Inesquecível Me perdi Foi me perdendo Foi rápido Nem vi Suspirei 

Parece que o vento sopra sem direção vento voa e leva a razão Canto que canta e encanta que semeia o seio sedento Claro clara-boia fechada nem mesmo o reluz A verdade sentida fere feridas sangra Surge de passagem o inquieto futuro Quem disse, que ouviu dizer que não era assim ? Se foi, embora desatar o nó

Quanto tempo passa Que não se passa nada entre nós ? Quanto tempo faz Que o destino já não nos faz cúmplice Quanta vida ainda Viveremos para saber? A crença não nos interessa A vida não nos ilude mais

ELA? ah!  ela sempre passa flutuando passando de passagem sobre-voando as cabeças mas serenas e chacoalhando-as Ela vai passa sempre passa parado vejo, em movimento ela passando Mirando vejo a passos curtos hipoteticamente Binóculos a toda prova Me leve daqui Já não tenho frase feitas o dia acordou mais cedo pra quem de longe vê que ela já passou, passando

Conheces alguém melhor que ela? Se não, contente-se Que ousa exterminar eu-líricos, por aí Transcende entre o óbvio e o inoportuno Eu disse entre meias palavras poucas Que era tudo que eu queria Quisera, eu que fosse assim Não vejo o céu lúcido e azul que está sobre mim Apenas o chão firme e concreto que me pisa

Venho aqui te dizer palavras Minhas palavras futuras De tantas outras anteriores Essas sem dúvida são presentes Trago comigo infundidos pensamentos Termos horizontais do horizonte Conceitos domésticos Domesticados pelo ego Do lugar de onde venho Venho só  Só nós

o mundo que te seduz parou no tempo e na imensidão como feixe de luz sucumbiu-se em meio à escuridão